quarta-feira, 30 de junho de 2010

Professores auxiliam na organização da Sede da Remea

"Mão na Massa"

O segundo encontro da Remea aconteceu no dia 11 de maio, e foi já em sua sede própria. Mesmo sem energia elétrica e com chuva, os professores estavam empolgados, como se pode perceber na foto ao lado.

A Remea já possui um computador e alguns pares de classes e cadeiras que, mesmo sendo pouco para suprir as reais necessidades, já começaram a concretizar o projeto.

Neste dia, além de todos juntos organizarmos e planejarmos o espaço, discutimos a conjuntura atual da Remea, o que vem dando certo e principalmente, o que está dificultando o desenvolver do projeto. Algumas pessoas relataram as suas participações em eventos ou reuniões que envolviam a Remea e muitas outras fizeram questionamentos.



Neste encontro, decidiu-se pela descentralização das atividades da Remea e por uma rotatividade de representantes. Pelo próximo período de 6 meses, a Professora Medianeira assume a coordenação da Remea, com o auxílio da Professora Véra Simon, como secretária.

Duas sugestões foram encaminhadas deste encontro: a primeira delas é a visita da Remea às escolas participantes da rede e, principalmente, às escolas que ainda não estão inseridas; e a segunda:convidar a comunidade local para esclarescimentos sobre a inserção da Remea no Bairro.

REMEA realiza seu primeiro encontro em 2010

O primeiro encontro de 2010 da REMEA realizou-se no dia 30 de março, na Escola Lourenço Dalla Corte, localizada no Km 3, Bairro Camobi. Participaram do encontro as escolas Pão dos Pobres, Castro Alves, Bernardino Fernandes, Lourenço Dalla Corte, Vicente Farencena, Dom Luiz Victor Sartori e Duque de Caxias.

Enquanto as reformas na sede da REMEA não são concluídas, os professores aproveitaram a oportunidade para prestigiar o belo trabalho que vem sendo realizado pela professora Andréia Rossato Branco, envolvendo a construção e o cuidado de uma fonte, a produção de uma maquete do entorno da escola, além de painéis e outros materiais construídos com o dinheiro arrecadado em um brechó organizado pela professora e os alunos.



Infelizmente, a falta de conscientização de algumas pessoas da comunidade escolar resultou em que alguns materiais produzidos pela professora junto aos alunos acabaram tendo o lixo como destino, durante o período de férias.

A proximidade com o rio Vacacaí tem aumentado os riscos para o prédio da escola, em função do avanço da erosão nas margens.

Os professores fizeram uma visita ao local e concluíram que pequenas ações unificadas entre a Secretaria de Educação e Secretaria de Proteção Ambiental podem diminuir sensivelmente o risco para esta escola, que foi ilegalmente construída dentro de
uma Área de Preservação Permanente do rio Vacacaí.

Estes dois momentos do encontro acabaram demonstrando a necessidade da educação ambiental se efetivar com toda a comunidade escolar, e não somente com as crianças/estudantes.

Não basta apenas trabalhar os projetos de EA durante as aulas, em horários definidos, é preciso compartilhá-los a todo momento, em todas as dimensões e com todos os envolvidos no processo educativo, para a partir de então, eventuais acontecimentos como o ocorrido na escola Lourenço Dalla Corte não tornem a se repetir.

Uma reclamação freqüente dos professores que compõe a REMEA tem sido a dificuldade de compatibilizar as suas atividades nas escolas com as reuniões da Rede. Questões como a falta de reconhecimento das atividades de Educação Ambiental como
atividade didática por parte dos gestores, tem dificultado a atuação dos professores. Entendendo que as atividades da REMEA não podem ser encaradas como voluntarismo, uma vez que fazem parte de uma política municipal implantada desde 2009, os
professores decidiram por convidar a secretaria de educação para discutir este assunto na próxima reunião da Rede.

REMEA participa do Dia Mundial da Água

A REMEA participou da programação da Secretaria de Município de Proteção Ambiental para o Dia Mundial da Água. Para tal, no dia 22 de março se realizou uma visita técnica aos recursos hídricos de Santa Maria, dando ênfase, principalmente, a rede de drenagem do Arroio Cadena. Nesta atividade participaram vários professores e agentes integrantes da REMEA, além de estudantes da Escola Municipal Pão dos Pobres, escolhidos pelos projetos em Educação Ambiental que desenvolvem na escola.

Instalado Programa Municipal de Formação em Educação Ambiental – PROMFEA

Assinatura do decreto número 150/2009 que institui o PROMFEA

A Prefeitura Municipal de Santa Maria instituiu no dia 13 de novembro de 2009 o Programa Municipal de Formação em Educação Ambiental - PROMFEA.

Dentre seus objetivos está a criação de condições técnicas e operacionais para institucionalização de uma Rede Municipal de Educadores Ambientais REMEA, articulando esforços e iniciativas de diferentes profissionais e instituições, que atuam no campo da Educação Ambiental, a fim de discutir e propor estratégias para a incorporação da dimensão ambiental no âmbito das políticas educacionais e territoriais do município. (Foto)


Remea: Um processo de Formação Continuada em Educação Ambiental a partir da prática docente

Apresentação

Desde 1997 a Fundação MO’Ã, Núcleo de Educação Ambiental do IBAMA, UFSM, UNIFRA e Secretarias Municipais, vem tentando articular, promover e implantar um programa de Educação Ambiental Formal em escolas da rede municipal e Não-Formal nas respectivas comunidades, originando a Comissão de Educação Ambiental no CONDEMA.

Em 2004, construiu-se uma ação: “Diagnóstico Sócio-Ambiental no Bairro Nossa Senhora do Perpétuo Socorro” – Projeto Integração, sendo parceiros, a Fundação MO’Ã, Associação Comunitária do Bairro Perpétuo Socorro, Associação de Jovens Empresários de Santa Maria, Usina Bigger Comunicações, Centro Universitário Franciscano, 8ª Coordenadoria Regional de Educação e 2ª Companhia Ambiental. Participantes destas Organizações e 65 alunos dos Cursos de Arquitetura, Engenharia Civil e Geografia da UFSM, e Engenharia Ambiental da UNIFRA aplicaram o Questionário relativo à ação e apresentaram os resultados.

Em 2006 a UFSM e a Fundação MO’Ã assinaram um convênio para oportunizar estágios para acadêmicos dos Cursos de Geografia, Engenharia Civil e Arquitetura.

Em 2007 o Grupo de Análise e Investigação Ambiental (GAIA) – Curso de Geografia e Fundação, passam a desenvolver Projetos de Educação Ambiental juntos às escolas da Zona Norte, aproveitando a construção anterior, visando discutir as relações que se projetam no espaço escolar, a partir de práticas de Educação Ambiental (EA). Estes projetos se inserem dentro de um projeto maior do Grupo de pesquisa, que se intitula “Projeto Bairro Vivo”, com o objetivo de ampliar o debate acerca dos problemas e potencialidades existentes nesta que é, contraditoriamente, a região de maior potencialidade paisagística da cidade e, ao mesmo tempo, uma das suas áreas carentes do ponto de vista sócio-econômico.

A educação ambiental não é aqui entendida como uma simples ferramenta para auxiliar no processo de conservação da natureza, mas como um poderoso instrumento de interpretação e de transformação da realidade sócio-ambiental em que vivemos. Daí a importância de enraizar a educação ambiental da escola nas questões que efetivamente são relevantes para uma melhoria da qualidade ambiental e da qualidade de vida da comunidade onde intervém o educador.

Ainda no ano de 2007, dois projetos foram desenvolvidos na Escola Municipal de Ensino Fundamental Chácara das Flores: “O diagnóstico socioambiental do bairro como contribuição à construção da agenda 21 nas escolas” (oficinas de EA com alunos) e “Oficinas de meio ambiente nas escolas: desafios à construção de práticas transversais em diferentes escalas” (oficina de formação continuada com professores). Ambos os projetos tiveram uma repercussão muito boa dentro da escola, promovendo mudanças de atitudes e aproximando a escola da realidade do bairro e da comunidade.

No ano de 2008, o segundo projeto anteriormente citado foi renovado, com a incorporação à oficina de formação continuada de professores, de aproximadamente 40 novos professores, de seis outras escolas próximas (Escola Municipal de Ensino Fundamental Professora Maria de Lourdes Bandeira Medina; Escola Básica Estadual Érico Veríssimo; Escola Estadual de Ensino Fundamental Antonio Xavier da Rocha; Escola Estadual de Ensino Médio Dr. Walter Jobim; Escola Estadual de Ensino Fundamental João Link Sobrinho; Escola Estadual de Ensino Fundamental Perpétuo Socorro). Já o trabalho com os alunos da escola teve continuidade por meio do projeto intitulado “Cultura e história de vida como mediadores da construção do saber ambiental”, onde se procurou discutir uma proposta de uso da cultura e da história de vida de uma comunidade como instrumentos de mediação na construção do saber ambiental, a partir do espaço escolar. Dentre as atividades realizadas neste projeto, desenvolveu-se uma forma lúdica de sistematizar toda a experiência e a discussão acumulada ao longo do ano, a partir de um jogo denominado “Bairro em Jogo”, onde professores e alunos tiveram a oportunidade de se deparar com questões reais que ocorrem no bairro, discutindo e propondo alternativas de solução.

Apesar da ótima acolhida que estes projetos vêm obtendo junto às escolas da rede pública de Santa Maria, entendemos que é chegada a hora de pensarmos em um processo mais permanente de Formação Continuada, capaz de qualificar um grupo de educadores(as) ambientais que sirvam como dinamizadores dos projetos de Educação Ambiental nas suas respectivas escolas, dando capilaridade e potencializando os esforços do núcleo formador.

Assim, para o ano de 2009, a parceria que o grupo GAIA e a Fundação Mo’ã propõem à Secretaria Municipal de Educação (SMED), à Secretaria de Município de Proteção Ambiental (SMPA) e ao Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente de Santa Maria (CONDEMA), é a da realização de uma oficina de Educação Ambiental de 60h, que sirva como impulsionadora de uma Rede Municipal Permanente de Educadores(as) Ambientais, discutindo, criando e aplicando uma Agenda Ambiental sustentável para a Santa Maria do Século XXI.


Objetivos da rede

Desenvolver uma oficina de capacitação de Formadores em Educação Ambiental com professores da rede pública municipal de Santa Maria, com vistas à criação de uma Rede Municipal Permanente de Educadores(as) Ambientais, que possa alimentar, divulgar e assessorar os projetos de EA nas escolas do município.

Selecionar um grupo de professores do quadro da rede municipal de ensino, dispostos a se envolver em um processo de formação para criar e fomentar projetos de EA nas escolas municipais;

Permitir, por meio de uma formação teórico-metodológica qualificada, que os professores selecionados consigam refletir e propor alternativas pedagógicas para o enfrentamento das questões sócio-ambientais vividas pela comunidade escolar;

Estimular a criação de instrumentos pedagógicos de Educação Ambiental para o trabalho nas escolas, adaptados à realidade sócio-ambiental da comunidade na qual a escola está inserida;

Divulgar os resultados alcançados nesta oficina em um evento a ser promovido pelos parceiros deste projeto, no final do ano, intitulado “Jornada Santamariense de Educação Ambiental”;

A partir da realização da Oficina e da Jornada de Educação Ambiental, discutir a criação e o formato de uma Rede Municipal Permanente de Educadores(as) Ambientais, vinculada ao Núcleo de Educação Ambiental da Secretaria de Município de Proteção Ambiental (SMPA), com apoio da Câmara Técnica de Educação Ambiental do CONDEMA.


Metodologia proposta

Todo o desenvolvimento do projeto deverá levar em conta uma necessária dialogicidade, onde os problemas, as propostas e as atividades deverão ser debatidas e decididas coletivamente, através de um diálogo estabelecido abertamente com os educadores envolvidos, tornando a (re)construção do Saber Ambiental algo proposto e não imposto.

Estima-se alcançar, neste primeiro momento, um grupo entre 20 e 40 educadores (representantes de igual número de escolas municipais), envolvendo 10 encontros presenciais (quinzenais, com aproximadamente 4 h cada) entre os meses de julho e novembro.

Neste sentido, é fundamental que a Secretaria Municipal de Educação e as direções das escolas envolvidas, possam garantir a participação destes professores, liberando-os dos encargos didáticos nos momentos dos encontros presenciais.

Estes momentos presenciais, somados ao trabalho que os educadores desenvolverão nas suas respectivas escolas ao longo do ano, nos permitirá emitir um certificado de 60 horas de Formação Continuada. Mas, mais do que isso, a qualificação destes educadores permitirá ao município contar com um grupo de educadores(as) ambientais capaz de pensar e propor alternativas pedagógicas a partir das diferentes realidades escolares que evidenciamos nas escolas de Santa Maria.

Nestes encontros, serão discutidas as seguintes temáticas:

• A crise ambiental como conseqüência da crise civilizatória;
• A Educação Ambiental e o desafio da sustentabilidade na visão “global”;
• O bairro, a cidade e a natureza: redefinindo questões para a melhoria da qualidade ambiental e da qualidade de vida em Santa Maria;
• A Educação Ambiental como ferramenta para o desenvolvimento comunitário;
• Entre o formal e a prática: espaços e conflitos da Educação Ambiental na escola;
• Subsídios para a criação de projetos de Educação Ambiental na escola;
• A construção de instrumentos pedagógicos interdisciplinares nos projetos de Educação Ambiental;
• Educação Ambiental em Rede: articulando ações para a construção de um Município Educador Sustentável.

Todos estes temas serão desenvolvidos a partir de reflexões coletivas, explanações teórico-conceituais, estudos de caso, discussão de textos e atividades práticas que permitam unir a qualificação teórica com a experiência prática do grupo de formadores, em projetos já desenvolvidos anteriormente, tal como pode ser visto na figura acima.

Entre um encontro presencial e outro, os educadores deverão desenvolver algumas atividades previamente acordadas, buscando dar início às práticas de Educação Ambiental dentro das suas respectivas escolas. Para poder acompanhar e dar suporte à realização destas atividades, é fundamental que o projeto possa contar com a colaboração de três alunos bolsistas, que ficarão responsáveis pela visita às escolas e pelo contato com os professores.

Durante este processo, deverá haver um registro constante das práticas criadas e desenvolvidas nas escolas, seja sob a forma de documentos e materiais produzidos, seja sob a forma de fotografias, gravações e/ou filmagens.